Annie Hall

Lá estava eu de novo, em São Paulo, visitando Raphael. Estávamos nos colchões da sala que serviam de sofá, vendo o último bloco de Manhattan Connection. Era um apartamento muito apertado e do nosso lado estava a garrafa de vinho que apenas Raphael tinha bebido e a panela que denunciava o macarrão da madrugada, coisa que eu vi no filme "A Difícil Arte de Amar", com Meryl Streep. Era uma noite fresquinha e a brisa noturna entrava pela enorme janela da sala. Então Lucas Mendes se despediu e meu namorado me perguntou o que poderíamos assistir. Já era uma da manhã, mas nós não tínhamos sono.
- Qualquer coisa, querido... vamos ver o que tem...
-Não, não! Vamos ver "Annie Hall"!
- Não, por favor - supliquei - de novo não! Eu não aguento mais ver "Annie Hall", sério, não.
- Nem adianta discutir, quero ver a Diane Keaton.
Nós dois gostávamos de cinema e eu gostava de Woody Allen e a coisa toda, mas não dá pra assistir o mesmo filme 20 vezes em dois anos. Eu não aguentava mais e decidi dormir. Me aninhei no peito dele e fechei o olhos enquanto o Woody Allen começava a falar.
Falava, falava, falava, falava. Sem fim. Falava, falava, falava, falava. Eu não conseguia dormir. Estava ficando quente debaixo do lençol, mas eu não conseguiria dormir sem a coberta... E ele continuava falando, falando, falando e falando... Não suportava mais aquilo e ele falava, falava, falava, falava, falava, reclamava, reclamava, reclamava, falava, falava, falava.
Me levantei. Olhei nos olhos de Raphael e não disse nada, ele nem percebeu nada disso. Apenas ficava olhando a televisão, como sempre. A televisão, os filmes - sempre em primeiro lugar. Tirei minha blusa, me deitei de novo nele.
-Calor né, querida?
Nem respondi. Só puxei a mão dele e coloquei-a sobre meu seio. Ele só olhou pra mim. "Tsc, tsc... Pervertida". Comecei a gemer, reclamando e me contorcendo, nada fazia efeito.
-Amor, agora não, eu quero ver o filme...
Coloquei a mão por dentro da cueca dele e tirei o seu pau de lá. Comecei a bater uma punheta pra ele e ele começou a rir de mim. Me levantei, de novo, de mansinho e me posicionei na frente dele, na posição de gatinha. Minha bunda tampava toda a televisão, mas eu desviei um pouco pra deixa-lo assistindo. Coloquei minha boca no seu pênis, já duro. Comecei a chupar devagar, lambendo a cabeça e passando-a por toda minha boca e rosto. Beijei-o e lambia e Raphael fechava os olhos. Colocava mais e mais na boca, aos poucos, passando por dentro de minhas bochechas e pelo céu da boca. Enquanto eu estava com a cabeça dentro da minha boca, dava lambidas naquela área mais sensível, passava a língua por todos os lugares e o molhava inteiro. Olhei pra ele e estava olhando para o teto, ofegante. Comecei a chupa-lo com mais força, com mais vontade, indo mais fundo enquanto eu segurava seu bagos e os massageava. Ele olhou pra mim e eu pisquei pra ele, e sorri, tirando seu pau da minha boca. Passei minhas mãos por suas coxas, bati um pouco pra ele e comecei a chupar suas bolas e a lambe-las, passar a língua por lá até perto de seu ânus. E chupava e lambia as bolas dele enquanto batia punheta. Olhava para ele o tempo inteiro.
Voltei a boquetea-lo e a lambe-lo, eu e ele gostando cada vez mais. Boquetes me excitam, e o jeito que Raphael me olhava me excitava. Eu ia mais forte, com mais vontade, mais fundo e ele gemia mais alto e quase tremia. Ofegava e empurrava minha cabeça contra o pau dele. E cada vez mais, até que ele avisou que iria gozar. E então gozou, pela minha boca inteira e eu deixei o líquido inteiro despejar pela minha boca, caindo em cima de sua barriga e passei a mão no rosto. Ele sorria.
- Você jamais vai esquecer dessa vez que viu Annie Hall - eu disse, com a toda a certeza do mundo.

A Menina e a Língua

Acordaram pela manhã
(Secretamente, pela manhã)

 Não havia nada que ela gostasse mais do que as manhãs, tão cheias de pureza. As manhãs eram tão claras e de orvalhos tão doces e de momentos tão bem guardados na memória. Eram sempre tão amenas, de cheiros tão suaves... Humildes rainhas de luz entravam pela janela. Eu acordei sentindo o corpo dela se esticando, sua face abrindo o seu sorriso. Como ela era casta, deitada nua ao meu lado. Era tão santa, tão virgem, quase uma feira. Seus cabelos eram enormes, loiros, ondulados e ela tinha pintinhas espalhadas por toda sua pele bronzeada, que cor maravilhosa que ela tinha. Magnífica, como ela era Benjamine. E toda a França queria Benjamine e apenas eu a tinha ali, tão inofensiva, nua.
 Ela murmurou algo e virou de costas. Eu beijei seu ombro e ela me olhou com os olhos cerradinhos, inocente demais nas manhãs como era Benjamine.
 - Yuko, me traz um copinho d'água? Eu sempre tenho tanta sede... - fechou os olhos.
 Trouxe o copo de água, coloquei-o em sua boca e ela ainda deitada, despejei pelo seu corpo abaixo... Seu corpo fazia as gotas virarem prismas com muito mais facilidade que o sol. Deitei-me sobre ela, nossos seios quentes encostavam-se e excitavam-se, arrepiando. Eu beijei-a, meu cabelo caindo sobre o rosto dela. Estávamos nos tocando completamente, uma junta a outra. Desci lambendo a água que separava nossos corpos e beijei os lábios que nunca deixariam de ser virgens. Como a boceta dela era doce e macia, como era deliciosa. Olhei para Benjamine. Ela gemia baixinho.

Acordei pela manhã
(Secretamente, em março)

 Era um dos dias mais lindos que podiam ser vistos pela nossa janela. O prédio da frente refletia o sol que nascia no oriente para a nossa casa, sempre de cortinas abertas. Era uma maravilha estar finalmente em Nantes. Tudo era iluminado por apenas uma janela, mas eu e ela precisaríamos só de uma cama para o amor. Café e croissant é só pra muito depois. Yuko com seus cabelos longos e lisos, seus ossinhos aparecendo pela pela branca, seus olhos apertados sempre com sono. Seus seios eram pequenos e empinadíssimos e ela me olhava. A pedi um copo d'água, e assim ela trouxe. Despejou a água gelada na minha boca e pelo meu corpo, que eriçou meus pelos pelo corpo todo e se deitou em mim... Seu rosto era tão perfeito e seus lábios tinham a mesma cor que seus mamilos agora tão excitados. Lambeu meu corpo, até chegar no meio das minhas pernas, onde, olhando pra mim, me deu um beijo estalado e vibrante. Gemi.
 E ela começou, me lambia com a pontinha da língua, mexendo no meu clitóris. Balançava a cabeça devagar, fazia "mmmmmm" junto comigo. Beijava minha boceta como se fosse minha boca, molhava seu queixo com meu líquido e com o líquido dela. Era nosso amor de água.
 Eu gemia e lambia meus dedos, passava a mão nos meus seios e os apertava... Logo esticava a mão e pegava nos peitos de Yuko e sentia seus mamilos duros, seus seios tão macios, deliciosos. Beijei-a e senti o gosto da minha boceta, que logo voltou para a boca dela, que me arranhava a barriga com delícia.
 A luz do sol tocava nos nossos corpos e nós esquentávamos, gemíamos. Joguei a cabeça para trás, ela girava a cabeça enquanto segurava meu clítoris em seus lábios grossos de mel. Ela gemia também, eu sentia as vibrações subindo pela minha barriga... Yuko beijava, estalava, lambia, passava a pontinha da língua, passava os lábios doces... Passou os dedos e desceu, enfiando-os em mim. Enfiava devagar seus dedos finos enquanto levavam seu clítoris com seus lábios.

(Benjamine gemia)
(Yuko se molhava e levou a mão para dentro de sua calcinha)

 Continuaram, as duas a explorar seus corpos com seus dedinhos: molhados de saliva pois eram chupados para abafar seus gemidos mais altos, molhados de gozo da menina deitava na sua cama que era tão quente por dentro e que molhava a cama, os dedinhos molhadinhos da boceta do mesmo corpo, que acariciavam e penetravam.
 Benjamine agarrava-se nas pontas do travesseiro, Yuko gemia por si, se masturbava e recebia carinho de Benjamine na cabeça, que a prendia em sua boceta molhada, que pressionava sua boca contra aquele lago. Ben gemia e batia os dentinhos, abrindo cada vez mais as pernas bronzeadas e redondas.
 Yuko levantou a cabeça, respirou e gemeu alto, se masturbava com muito mais rapidez e voltou a beijar a boceta de Benjamine intensamente e as duas gemiam de um jeito louco.

 (Yuko tirou os dedinhos de dentro de Benjamine. E de dentro de si. Benjamine tirou o dedinho da boca. As duas se beijaram, colaram seus corpos e deram risadinhas)


 Tiraram um cochilo
                              Secretas, fugitivas.
 (Com as janelas abertas, os vizinhos viram tudo)